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Como explicar conflitos e guerras para as crianças

Especialistas defendem diálogo aberto e sincero como o melhor caminho

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BB Seguros

sexta-feira março 18, 2022

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Por Deborah Salles para Espichei

 

Tempo estimado de leitura: aproximadamente 5 minutos

 

 

Assuntos abordados:

 

– Guerra e crianças
– Como explicar a guerra

– Ansiedade e medo

– Psicologia infantil

– Diálogo entre pais e filhos

 

Nas trágicas imagens da TV, nas redes sociais, nas rádios ou até mesmo nas conversas entre adultos, o tema é unânime: a guerra entre Rússia e Ucrânia. As cenas que chocam o mundo despertaram um alerta também nas crianças, que muitas vezes não entendem ou não comunicam os sentimentos, questionamentos e medos que estão atravessando. A curiosidade sobre o assunto já chegou aí na sua casa também? Se não chegou, você teve a chance de conversar sobre a guerra com seus filhos?

Mesmo que estejamos a mais de 10 mil quilômetros de distância do centro da guerra, o tema merece a atenção de todos. O nível de impacto sobre as crianças varia conforme a idade e a própria história familiar. Por outro lado, esse não deixa de ser, também, um momento de reforçar a importância das atitudes de paz no dia a dia. Para ajudar os pais, cuidadores e responsáveis no direcionamento dentro de casa, o blog Primeiros Passos apurou e reuniu pontos de vista de diversos especialistas.

 

A orientação unânime é abrir canais de comunicação com as crianças, visando clarear as informações e acolher sentimentos como medo e ansiedade, conforme explica Beatriz Bönecker, psicóloga e especialista em neuropsicologia infantil: “As crianças percebem o que está acontecendo. Elas têm acesso às imagens, escutam conversas. Por isso, o principal é estarmos disponíveis para ouvir o que elas têm a dizer e entender se existe alguma fantasia que possa gerar um sofrimento maior, medo ou ansiedade”.

 

“Muitas vezes, o que as crianças precisam é de um interlocutor para desabafar sobre medos, que também são nossos”, comenta Alexandre Coimbra Amaral, psicólogo e colunista do Lunetas. Ele recomenda não expor as crianças aos noticiários que tenham imagens violentas – o que não significa ocultar a verdade, mas mediar o que chega até elas, privilegiando a informação de qualidade e notícias com credibilidade.

 

Na mesma linha, a psicóloga especialista em parentalidade e desenvolvimento infantil da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Elisa Rachel Pisani Altafim, em entrevista à CNN, destaca que as informações devem ser apropriadas à idade, considerando sua capacidade de compreensão. “Crianças menores podem não se interessar e, neste caso, não se deve insistir, mas estar atento e entender se elas têm contato com essa realidade. Mas não conversar sobre o assunto pode gerar medos e inseguranças”, completa.

 

Não ter receio de demonstrar os sentimentos em relação ao que está acontecendo é o primeiro passo sugerido pela pedagoga Bruna Cardoso. “É impossível tratar do assunto sem demonstrar tristeza e indignação. Não podemos banalizar a guerra, muito menos a morte”, comenta Bruna Cardoso, em vídeo da TV Joca. Para ajudar a mediar a conversa, Bruna sugere o uso de ferramentas como livro, música ou uma reportagem, e completa: “Não tenha medo de não ter uma resposta. Você e seu filho podem pesquisar juntos”.

 

Confira atitudes que podem contribuir para a conversa com as crianças sobre a guerra e outros temas doloridos:

 

– Descubra o que a criança já sabe sobre o assunto;

 

– Escute com atenção o que ela tem a dizer;

 

– Nunca ironize ou menospreze a situação;

 

– Esteja comprometido em esclarecer dúvidas e oferecer segurança;

 

– Evite a polarização entre o bem e o mal e explique os porquês dos fatos;

 

– Traga explicações simples, adequando a linguagem à faixa etária;

 

– Se a criança for pequena, traga informações mais fáceis de serem compreendidas;

 

– Use recursos lúdicos, como desenhos, jogos, livros ou músicas;

 

– Com crianças maiores, use mapas e fotos para contextualizar a conversa;

 

– Faça um filtro do que será mostrado à criança, para evitar a exposição à violência;

 

– Se possível, tente enfatizar os pontos positivos da situação: a resiliência, a compaixão e o afeto que podem surgir de situações de dor.

 

 

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* Com informações do Lunetas, Jornal Joca e da CNN Brasil

 

 

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Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos

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