É possível engravidar durante o resguardo?
Embora a probabilidade seja baixa em alguns casos, existe a chance de a mulher conceber nas semanas e meses subsequentes ao parto.
Tempo estimado de leitura: 5 minutos.
Assuntos abordados:
– Por que o corpo precisa de 40 dias para se recuperar?
– A gestação durante o resguardo.
– Os riscos de engravidar após ter um bebê.
– Métodos contraceptivos seguros.
Dizem que, quando nasce um filho, nasce uma mãe. E, com ele, vem uma mulher cheia de dúvidas em relação ao pós-parto. Uma delas é sobre a gravidez durante o resguardo. Muito se ouve que a preocupação é desnecessária, mas esse é um mito que precisa ser descontruído.
Antes de qualquer coisa, é importante que as mães não se sintam obrigadas a retomar a vida sexual assim que possível. Na verdade, elas nem devem. O momento do puerpério, que dura, em média, 40 dias, deve ser de abstinência sexual.
Outra questão fundamental está relacionada ao risco que o sexo no pós-parto representa à saúde da mulher. O colo do útero ainda não está totalmente fechado, e, no ato sexual, o pênis pode empurrar diversas bactérias existentes no canal vaginal para o ventre. Por ser um órgão estéril, sem bactérias benéficas para protegê-lo, ele fica suscetível a infecções sérias.
Enquanto gesta, o corpo da mãe sofre grandes transformações. O útero cresce drasticamente a fim de abrigar o bebê, os volumes de água e hemoglobina no sangue aumentam, alguns níveis hormonais se elevam, e o sistema imunológico é modificado. Esses 40 dias são, justamente, o tempo necessário para que a estrutura física e até emocional da mulher volte à normalidade.
A gestação durante o resguardo
Embora não seja recomendado, muitas mulheres retomam a atividade sexual antes de completar o tempo de resguardo. Seja nesse período, seja após, há, sim, a possibilidade de engravidar novamente.
As mães que praticam a amamentação exclusiva e em livre demanda são as que têm menos chances de engravidar. Mulheres que amamentam com horário marcado, que revezam o aleitamento materno com a suplementação de leite artificial e mesmo as que não amamentam devem redobrar os cuidados para não engravidar.
Outra dica valiosa é: se você tem um bebê pequeno e ainda não menstruou, não significa que está à prova de gravidez. Muitas vezes, a mulher já ovulou e está grávida de novo, por isso não menstrua. O mesmo se aplica às nutrizes em livre demanda.
Os riscos de engravidar após ter um bebê
Os especialistas frisam que manter um intervalo entre os partos é salutar à mulher e ao bebê. O ideal é aguardar, no mínimo, 18 meses para engravidar novamente. As crianças geradas em intervalos menores que um ano e meio correm mais riscos de ter baixo peso no nascimento, paralisia cerebral, subnutrição e prematuridade.
Já em relação às mães, alguns riscos de conceber nesse período são:
– Sangramento vaginal.
– Ruptura prematura da placenta.
– Endometrite puerperal (inflamação do endométrio, camada que reveste o útero).
– Anemia.
– Diabetes gestacional.
Métodos contraceptivos seguros
Se não sofrer intervenções, o organismo da mulher se autorregula naturalmente após o parto. O retorno da ovulação depende de vários fatores nessa fase, como as questões biológicas da mãe e o estabelecimento de um padrão na amamentação.
Algumas pílulas anticoncepcionais são contraindicadas durante a amamentação, pois contêm estrogênio, uma substância que pode suprimir a produção de prolactina, ou seja, o hormônio responsável pela produção do leite. Nas primeiras seis semanas depois do nascimento do bebê, a restrição se estende até mesmo às puérperas que não amamentam, dado os riscos de trombose venosa e arterial aumentam.
Os métodos liberados nessa fase são:
> Camisinha masculina ou feminina (que deve ser usada somente seis semanas após o parto).
> Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre ou hormonal, cuja data de inserção no pós-parto deve ser decidida junto ao médico.
> Pílulas isoladas ou minipílulas, que não interferem na lactação nem representam risco para a saúde da mãe e do recém-nascido.
> Implante subdérmico, liberador dos hormônios sintéticos.
Converse com um ginecologista sobre o método contraceptivo mais adequado ao seu corpo e estilo de vida e, se possível, tome essa decisão antes mesmo de retomar a vida sexual.
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