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Enjoo, refluxo e azia durante a gravidez: a tríade do mal-estar

De repente, o cheiro do perfume preferido se tornou insuportável. E aquele bobó de camarão, antes um prato degustado com prazer, agora um inimigo evitado a qualquer custo.

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BB Seguros

terça-feira março 30, 2021

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Cerca de 60% das grávidas sofrem com enjoos e vômitos, especialmente no primeiro trimestre. Geralmente, os sintomas pioram entre a 8ª e 16ª semana da gestação, mas há mulheres que na 2ª ou 3ª já apresentam algum sinal.

 

Outro incômodo comum entre as gestantes é o refluxo, em geral acompanhado da famosa azia, que aumenta à medida que o útero cresce e pressiona o estômago.

 

“Tais sintomas ocorrem devido ao aumento de hormônios como o HCG, aquele detectado em testes de gravidez.”, explica Nívia Ximenes, ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília. A elevação do nível do HCG é rápida: dobra a cada 48 horas. Outros hormônios que atingem níveis máximos nos primeiros meses são o estrogênio e a progesterona.

 

 

O refluxo e a azia têm as suas origens também em mudanças no intestino. “O trânsito intestinal fica mais lento, o que pode resultar tanto em intestino preso quanto em queimação gástrica e sensação de refluxou.”, segundo Ximenes.

 

Mas então o que fazer? Continue lendo o nosso artigo e confira as dicas especiais para uma gravidez mais tranquila. Leia:

 

Como conviver com os sintomas

Vantagens dos enjoos

Hiperêmese gravídica

 

Como conviver com os sintomas?

Claro que a intensidade dos enjoos e refluxos varia de mulher para mulher. Mas, por menor que sejam, ninguém quer conviver com esses desconfortos, né? Para tentar evitar os sintomas ou viver da melhor maneira possível com eles, listamos algumas medidas que a futura mamãe pode tomar no dia a dia.

 

  • Coma menos e mais vezes

Diminua a quantidade de alimentos ingerida em cada refeição, mas faça mais boquinhas ao longo do dia. O ideal é se alimentar a cada três horas.

 

 

  • Não beba líquido durante a refeição

Procure tomar a bebida (de preferência água) 30 minutos antes ou duas horas após a refeição.

 

  • Evite líquidos quentes e com gás

Bebidas gaseificadas e quentes aumentam a sensibilidade do estômago.

 

  • Prefira alimentos saudáveis e fáceis de digerir

Alimentos gordurosos retardam o esvaziamento do estômago. Por isso, opte por pratos assados ou cozidos. Também prefira ingerir carboidratos leves, como inhame, macaxeira e batata doce, que são de fácil digestão.

 

 

  • Não deite após as refeições

Ao se deitar após a refeição, a gestante não conta com a ação da gravidade para conduzir os alimentos, o que pode aumentar o mal-estar. “Na posição horizontal, o útero comprime ainda mais o estômago, e o líquido lá contido reflui, indo para o esôfago.”, ressalta a obstetra da Maternidade Brasília.

 

  • Troque a pasta de dente

Se, durante a escovação bucal, você sentir vontade de vomitar, tente trocar a pasta de dente.

 

  • Evite cheiros fortes

Sabemos que controlar os cheiros dos ambientes e das pessoas é tarefa quase impossível. No entanto, algumas atitudes em casa podem fazer diferença, como evitar lavar lençóis, toalhas e os cômodos com produtos de limpeza cujos cheiros são fortes.

 

Vantagens dos enjoos

Para servir de consolo às mães que sofrem com enjoos e refluxos durante a gravidez, um grande estudo aponta vantagens em bebês de mães com esses sintomas.

 

 

Publicado na revista científica Reproductive Toxicology, o trabalho pesquisou centenas de milhares de gestantes e constatou que grávidas que enjoam são menos propensas a sofrerem aborto ou terem um parto prematuro, e os seus bebês correm menos riscos de terem problemas de desenvolvimento, além de apresentarem, em geral, melhor desempenho nos testes de QI futuramente.

 

Claro que isso não quer dizer que gestantes que não enjoam devam se preocupar com essas questões. Mas é um alento para quem sofre com esses sintomas tão incômodos durante a gravidez – às vezes, ao longo de toda a gestação.

 

Hiperêmese gravídica

Mas atenção: as possíveis vantagens do enjoo para os bebês não se aplicam em casos de hiperêmese gravídica, um quadro de náusea muito mais intenso. Cerca de 5% das mulheres desenvolvem a condição que demanda, muitas vezes, internação da gestante. “Algumas mulheres que apresentam hiperêmese gravídica precisam receber alimentos e medicamentos por via intravenosa.”, frisa a ginecologista. Além disso, ela ainda complementa que “Para definir o que é enjoo normal e o que é doença, a consulta com o médico é essencial”.

 

 

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